domingo, 21 de março de 2010

METABOLISMO DO EXERCÍCIO - A PRODUÇÃO DE ENERGIA E ARMAZENAMENTO DOS SUBSTRATOS


Sabe-se que a energia utilizada em uma corrida de longa distância provém de uma “combustão”, a maior parte da energia produzida é convertida em calor (75%) os outros 25% restantes produzem energia mecânica em forma de contração muscular.Para alimentar essa combustão e conseqüentemente essa produção de energia durante uma prova como a maratona, é usada uma mistura de três combustíveis ou substratos: a glicose que é um tipo de açúcar e pertence à classe dos glicídios; os ácidos graxos que se ligam ao glicerol por ligações éster para formar os triglicerídeos tendo como principais o ácido oléico e o ácido palmítico; e por último os aminoácidos que se unem em longas cadeias para formar as proteínas.
De acordo com a participação dos substratos, o aminoácido tem uma participação reduzida em relação aos ácidos graxos e a glicose na produção de energia. Para que haja essa combustão acima citada, é preciso de um comburente (oxigênio), o O2 é muito importante para um maratonista, pois quanto maior é a capacidade de capta-lo, maior é a capacidade de produzir energia, isso se chama capacidade aeróbica.Como já dissemos, o produto final dessa combustão é energia em forma de ATP, para chegar a tal, durante a combustão, existem várias reações que produzem resíduos. Na degradação de glicose, ácidos graxos e aminoácidos na presença de O2, são produzidos CO2 e H2O, o CO2 é eliminado pela respiração e o H2O é eliminado pelo suor; já na degradação de aminoácidos é produzido o amoníaco que no fígado é transformado em uréia, e, em seguida é despejada na corrente sanguínea e eliminada para fora do organismo pelos rins através da urina e pelas glândulas sudoríparas pelo suor. A degradação dos substratos na ausência de oxigênio produz ácido lático oriundo principalmente da degradação da glicose.
Os substratos são armazenados em nosso organismo, esses estoques geralmente são limitados. A glicose pode ser armazenada em forma de glicogênio nas células que compõe vários tecidos, porém é possível dizer que a célula muscular tem um maior estoque em relação as demais, pois são essas células que durante a atividade fazem o maior uso da glicose, outra forma de armazenagem de glicose é o glicogênio hepático (fígado), ao contrário dos músculos, o fígado libera facilmente grandes quantidades de glicose que passam a se tornar “livre”, essa permanece no líquido extracelular e assim é transportada para as células do SNC que são as maiores consumidoras de glicose em repouso. Os ácidos graxos se ligam ao glicerol e podem ser armazenados em forma de triglicerídeos no músculo (bolhas de triglicerídeos) e nas células adiposas do tecido adiposo intra-abdominal (visceral) ou subcutâneo, quantitativamente os ácidos graxos são uma fonte de energia bem mais poderosa do que a glicose. Já os aminoácidos são armazenados em forma de proteínas em alguns tecidos principalmente no muscular e constituem substâncias importantes como os hormônios.
As maiores reservas de glicose é o glicogênio muscular, onde cada fibra armazena glicose para o seu próprio uso, como um sistema de proteção, dessa forma em uma corrida de todas as reservas de glicose, só as dos membros inferiores estão disponíveis, pois fazem praticamente todo o trabalho, as outras reservas são inutilizáveis, pois não podem ser transferidas para os músculos em atividade. Como é de fato, existe lipólise no interior do músculo, pois, existe triglicerídeos nas bolhas onde os ácidos graxos são usados imediatamente, já na lipólise do tecido adiposo os ácidos graxos são lançados na corrente sanguínea se tornando ácido graxo “livre” com o auxílio da albumina humana se juntando aos provenientes de várias partes do corpo para serem utilizadas pela musculatura em atividade.

FONTES PARA PESQUISA:

A Prática da Avaliação Física. José Fernandes Filho
Fisiologia do Exercício: Teoria e Aplicação ao Condicionamento e ao Desempenho. Scoth Powers
A Prática da Preparação Física. Estélio Dantas
Efeito hipotensivo do exercício de força realizado em intensidades diferentes e mesmo volume de trabalho. Artigo de Marcos Pólito e outros.