sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

HIPERTENSÃO ARTERIAL E ATIVIDADE FÍSICA


A hipertensão arterial, comumente chamada de pressão alta, é definida por uma pressão sistólica (máxima) igual ou maior que 140 mmHg, e uma pressão diástólica (mínima) igual ou superior a 90 mmHg em repouso. Para deixar mais claro é importante transferir essas informações para uma linguagem utilizada normalmente pela maioria das pessoas, ou seja, hipertensão arterial ou pressão alta, é um problema de saúde caracterizado por uma pressão arterial que começa a aumentar ultrapassando valores de 140 por 90 mmHg ou 14 por 9, por isso, uma pressão considerada aceitável e boa fica em torno de 120 por 80 mmHg ou 12 por 8.
Descobrir se uma pessoa tem ou não a hipertensão arterial não é uma tarefa tão simples assim, mesmo porque, o grande problema é justamente a não percepção da instalação no organismo, isso se dá pelo fato da hipertensão ser uma doença silenciosa e na maioria dos casos não existe a manifestação de sintomas, assim, o indivíduo só se dá conta da doença quando ela está em um nível muito avançado. Em face a tudo isso, é importante ressaltar que todas as pessoas devem passar por consultas periódicas com um médico, principalmente um cardiologista, tais consultas podem ser a cada dois anos no caso de pessoas jovens e que não tem histórico familiar de problemas relacionados ao coração e (1) uma vez por ano para pessoas mais idosas e/ou que tenham histórico familiar favorável ao surgimento desse tipo de doença; além disso, é importante frizar que os sintomas mais comuns da hipertensão, quando aparecem, são: 1 – Dor de cabeça frontal ou dorsal, 2 – Tonteira, 3 – Náusea, 4 – Cansaço e 5 – Palpitações.
As causas da hipertensão arterial podem ser genéticas, comportamentais e ambientais, ou seja, a pessoa pode ter uma predisposição genética a desenvolver a hipertensão arterial. Dentre as causas comportamentais destacam-se a alimentação rica em sal e gorduras e pobre em frutas e hortaliças, o sedentarismo, a obesidade, a utilização excessiva de álcool e o fumo. Já no que diz respeito a fatores ambientais, é possivel citar o tipo de ocupação do indivíduo, o stress, e ambientes que prejudiquem o repouso.
Infelizmente a hipertensão arterial se não for controlada e tratada, pode evoluir para problemas de saúde mais graves, dentre eles é possível destacar: 1 – Problemas na visão, 2 – Diabetes, 3 – Problemas renais podendo levar a insuficiência renal, 4 – AVC (Derrame Cerebral) e 5 – Infarto.
O tratamento, na maioria dos casos, principalmente nos casos mais leves, onde a pressão arterial não aumenta muito mas oferece risco pois se não for controlada e tratada irá progredir para valores mais altos, é não medicamentoso, algumas pesquisas mostram que para esses casos mais leves apenas as mudanças de hábitos diminuem consideravelmente a pressão arterial em repouso, por exemplo, uma importante atitude é parar de fumar, além disso é importante reduzir a ingestão de sal e gorduras totais (colesterol e gorduras saturadas), aumentando assim a ingestão de frutas, verduras e hortaliças; outro importante passo é diminuir a ingestão calórica total para pessoas obesas e principalmente começar um programa de atividade física leve e regular, com baixa intensidade e longa duração, como por exemplo as caminnhadas leves de aproximadamente 50 minutos a 1 (uma) hora por dia, no entanto, vale lembrar que antes de iniciar qualquer atividade física, deve-se passar por uma consulta média e procurar um profissional de Educação Física que seja habilitado.
A atividade física é um dos fatores mais importante no controle e tratamento da hipertensão arterial mais leve, isso porque, as atividades de longa duração e baixa intensidade como as caminhadas, a natação e o ciclismo, promovem algumas adaptações no organismo, ou seja, esse tipo de atividade executada de maneira regular, promove um controle de peso do indivíduo, diminui os níveis de colesterol (aumenta o HDL e diminui o VLDL) e triglicerídeos sanguíneos, diminui a viscosidade sanguínea o que facilita o fluxo sanguíneo diminuido a pressão arterial, e por fim, faz com que a pressão arterial se normalize em um valor mais baixo. Essa normalização da pressão arterial acontece por que durante a atividade física leve, a pressão arterial tanto sistólica (máxima) quanto diastólica (mínima) aumentam para valores não tão elevados, no entanto, após terminar a atividade física a pressão arterial volta para valores mais baixos do que estava antes de começar a atividade, ou seja, é um mecanismo de controle do corpo, vale lembrar que quanto maior for a duração da atividade física leve, maior é o tempo que essa pressão fica diminuída após a atividade física, alguns estudos demonstram que cerca de 50 minutos a 1 (uma) hora de caminhada deixam a pressão arterial reduzida depois do exercício por até aproximadamente 24 horas, por isso é importante fazer atividade física regularmente (todos os dias ou pelo menos 5 dias por semana). A musculação oferece efeitos semelhantes, no entanto, é preciso controlar melhor a pressão arterial do indivíduo durante a sessão de musculação, isso porque, durante a musculação a pressão arterial, principalmente sistólica (máxima) pode aumentar muito, e se a pessoa chega para iniciar uma sessão de exercícios com a pressão de repouso muito alta, estará correndo o risco de ter um pico de hipertensão com consequências mais graves.

FONTES PARA PESQUISA:

A Prática da Avaliação Física. José Fernandes Filho
Fisiologia do Exercício: Teoria e Aplicação ao Condicionamento e ao Desempenho. Scoth Powers
A Prática da Preparação Física. Estélio Dantas
Efeito hipotensivo do exercício de força realizado em intensidades diferentes e mesmo volume de trabalho. Artigo de Marcos Pólito e outros.